Adoração
– Prioridade, Princípios e Prática.
Analise do
livro de J.C. Ryle
Vivemos numa época em que há
grande quantidade de adoração publica dos mais diversos formatos e liturgias,
mas será que quantidade é qualidade? Adoração publica é um reflexo da adoração
particular e creio que por isso estamos passando por um declínio espiritual,
litúrgico e de reverencia na adoração pública. A oração, leitura da Bíblia, o
auto-exame e a meditação são a raiz do cristianismo pessoal, e sem eles toda
adoração publica é completamente vã.
1- Importância
geral da adoração pública;
2- Princípios
norteadores da adoração publica;
3- Partes
essências da adoração pública completa;
4- O
que deve ser evitado na adoração publica;
5- Testes
pelos quais nossa adoração pública deve ser provada
Importância geral da adoração publica
A adoração pública, ouso dizer,
sempre foi uma marca dos servos de Deus. Deus nos ensinou a fazer isso como
forma d um testemunho publico ao mundo; em parte ara nos fortalecer, animar,
encorajar, ajudar e confortar uns aos outros. “Como o ferro com o ferro se
afia, assim, o homem, ao seu amigo” (Pv 27:17). Em toda a historia bíblica,
vemos os grandes homens de Deus não apenas orando de forma particular, mas
também adorando de forma pública. O judeu que não fosse um adorador público, no
tabernáculo no templo, seria cortado da congregação de Israel. Já no NT vemos a
promessa que Jesus estaria reunido com dois ou três em seu nome. Hb 10:25
afirma que: “não deixemos de congregar-nos” Hb 10:25. Onde não há adoração pública,
ali não existe igreja de Deus nem pessoas que professam o cristianismo.
Além da Palavra de Deus, não há
nada que faca tanto bem a humanidade como a adoração pública. “Assim, a fé vem
pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm 10:17). Não importa o
que os homens digam, adorar a Deus faz diferença.
“Alegrei-me quando me disseram:
Vamos à Casa do Senhor”; “Prefiro estar à porta da casa do meu Deus, a
permanecer nas tendas da perversidade” (Sl 122:1; 84:10)
Princípios Norteadores da
Adoração Publica
1-
A verdadeira adoração púbica deve ser
direcionada ao objeto correto: “Ao Senhor teu Deus, adorarás, e só a ele darás
culto” (Mt 4:10; Dt 6:13). Toda adoração e orações dirigidas à virgem Maria,
aos santos, anjos e ou a si próprio de forma velada e incutida no culto.
2-
A verdadeira adoração publica tem de ser
dirigida a Deus pela mediação de Cristo: “Eu sou caminho, e a verdade, e a
vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6).
3-
A verdadeira adoração pública tem que ser
diretamente bíblica, ou ser inferida das Escrituras, ou estar em harmonia com
elas: oculto tem que ser pra Deus e
conforme o próprio Deus estabelece, o culto de si mesmo pode ter até aparência
de sabedoria, mas a realidade, não possui valor algum, porque satisfaz apenas a
carne.
4-
A verdadeira adoração publica tem ser
inteligente: a Bíblia nos diz “vós adorais o que não conheceis” (Jo 4:22). É totalmente
falsa a afirmação de que a ignorância é a mãe da devoção. Uma adoração de qualquer jeito e sem base é totalmente
ilógico pois Deus sempre me manifestou de forma logica, inteligente e como métodos
bem estabelecidos. O homem tomar a frente disto com liturgia e elementos seus é
na verdade profanação e irreverencia.
5-
A verdadeira adoração pública tem que ser adoração
proveniente do coração. “Eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam
diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra;
pois, com a boca, professam muito amor, mas o coração só ambiciona lucro” (Ez
33:31)
6-
A verdadeira adoração publica tem que ser uma
adoração reverente: “Guarda o pé, quando entrares na Casa de Deus; chegar-se
para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que
fazem o mal” (Ec 5:1), pessoas que se declaram cristãs e vão a igrejas para
observar os outros, cochichar, incomodar, bocejar ou dormir, e não para orar,
louvar e ouvir a Palavra do Senhor. “Deus é sobremodo tremendo na assembleia
dos santos e temível sobre todos os que o rodeiam” (Sl 89:7). Enquanto
vivermos, lembremos que não é a quantidade de adoração, e sim a qualidade, que
Deus leva em conta.
As partes essências da adoração cristã
pública.
1- Adoração
publica completa, o domingo deve sempre ser honrado: a Igreja de Cristo se
reuni no primeiro dia da semana e não no sétimo (At 20:7; 1 Co 16:2).
2- Adoração
pública completa, deve haver ministro do evangelho: os dons, as ordenanças, as qualificações
pessoais necessárias, todo esse contexto é a base para afirmarmos com tranquilidade
e certeza que o ministro do evangelho é uma designação divina.
3- Na
adoração publica completa, deve haver pregação da Palavra de Deus: a Palavra de
Deus é o principal instrumento pelo qual o Espirito Santo não somente desperta
pecadores, mas também guia e firma os santos. Desprezo por sermões é uma
evidencia segura de declínio espiritual no cristianismo. Vejamos: 2 Tm 4:2 e 1
Ts 5:20)
4- Na
adoração pública completa deve haver oração pública: oração e suplica são elementos
bem marcados e ensinados no NT (1 Tm 2:1). Essas orações devem ser inteligentes
e claras, paa que todos os adoradores saibam o que está sendo dito e possam
acompanhar aquele que ora. A adoração pública não consiste apenas de ouvir.
5- Na
adoração pública completa, deve haver a leitura publica das Escrituras
Sagradas: uma congregação que ouve pouco da Bíblia está sempre em perigo de
tornar-se totalmente dependente de seu ministro. Deus deveria sempre falar na
congregação de seu povo, assim como faz o homem. Veja: (Lc 4:16; At 13:15; 1 Tm
4:13)
6- Na
adoração pública deve haver louvor público:
as Epístolas evidenciam que esse era o costume entre os primeiros
cristãos (Ef 5:19; Cl 3:16). Chegará um dia em que a pregação, a oração e a
leitura da Palavra serão desnecessárias pois estaremos na plenitude da presença
de nosso Senhor, mas isto correr antes em nossos cultos reflete a ausência do
Senhor neste culto.
7- Na
adoração publica deve haver uso regular dos dois sacramentos: ceia e batismo. Batismo
é o meio da identificação pública no novo nascido em Cristo e a entrada no rol
dos cristãos professos. Por meio da ceia do Senhor, ofereceremos aos crentes a
oportunidade de confessarem seu Senhor, serem fortalecidos e revigorados,
trazendo à lembrança o sacrifício realizado na cruz.
Algumas coisas que devem ser
evitadas na adoração pública
1- Evitar
honra desproporcional a qualquer ordenança de Cristo, em detrimento das outras.
O que mais observamos hoje em dia é um tempo exagerado dedicado ao louvor em detrimento
a palavra de Deus, testemunhos imensos e de conteúdo que se deveria ter
vergonha em mencionar (Ef 5:8-12). Excesso de liturgias, objetos ungidos, excesso de ações
bizarras e produto de histeria que associam a obra do Espirito Santo.
2- Uso
excessivo de decorações e ornamentos. A simplicidade deve ser a principal característica
da adoração nesta época do novo testamento. Ritos confusos, arca da aliança,
candelabros, uma mistura sem sentido de judaísmo e cristianismo, quipá nas cabeças
e pastores, bandeiras de Israel, uma liturgia sem sentido e desproporcional e herética.
3- Devemos
evitar sacerdotes que realizam sacrifícios: antigamente pensaríamos nos sacerdotes
romanistas, mas hoje vemos pseudoevangelicos com sacríficos e oferendas no púlpito,
dízimos, promessa, correntes e campanhas “de fé”. Voltamos aos sacrifícios
carnais porque se prega um evangelho carnal para ouvintes carnais. Os elementos
consagrados são tratados com reverencia idolatra como se neles houvesse um
poder especial.
Alguns testes pelos quais nossa adoração
deve ser provada
1- A
verdadeira adoração espiritual afetará o coração e a consciente do homem: A
verdadeira adoração, como um alimento saudável, fortalecerá aquele que dela
participa e o fará crescer interiormente a cada ano.
2- A
verdadeira adoração espiritual atrairá o homem à comunhão mais intima com Senhor
Jesus Cristo.
3- A
verdadeira adoração espiritual ampliará continuamente o conhecimento espiritual
do homem: Um verdadeiro adorador saberá, a cada ano, mais a respeito do ego, de
Deus, do céu, das obrigações, da doutrina, da pratica e da experiência. O seu
cristianismo é algo vivo e crescerá.
4- A
verdadeira adoração espiritual aumentará continuamente a santidade na vida do
homem: a consciência do verdadeiro adorador se torna mais sensível ano a ano já
a consciência do falso adorador se torna mais cauterizada e mais insensível a
cada não.
A melhor adoração pública é aquela
que produz o melhor cristianismo pessoal. Os melhores cultos da igreja para a
usa congregação são aqueles que tornam os seus membros mais santos no lar e na
vida particular.
Cultos vazios e sem sentido e
principalmente sem seguirmos as ordenanças de Deus, por mais que estejam
recheados de boas intenções, não são o que Deus estabeleceu como forma de adoração.
Esses cultos não confortam ninguém, não santificam ninguém e não transforma ninguém.
Hoje o conforto é meramente psicológico e emocional, uma auto-ajuda mimetizada
de cristianismo onde não há transformação nem santificação, onde não há Deus.
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