De sorte que haja em vós
o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
Filipenses 2:5
A frônese (do grego antigo: φρόνησις, translit. phrónesis)
distingue-se de outras palavras com que se designa a sabedoria por ser a virtude do pensamento prático, sendo traduzida habitualmente como sabedoria
prática. Como não há termo
semelhante na língua portuguesa, phrónesis é a combinação de atitude correta
com a consciência correta e a vontade correta. A execução em total sincronismo
desses 3 conceitos é phronesis, e tal disposição é totalmente contraria ao
homem natural e caído.
A phrónesis é
a realização da boa atitude, da boa consciência
e da boa vontade, portanto, é o contrário da experencia
vivida pelo “homem miserável”, de Romanos 7, o homem que quer fazer o bem, mas não
o faz “Miserável homem que eu sou! quem me livrará do
corpo desta morte? Rm 7:24”.
A transição da
miserabilidade do homem para a phrónesis só é possível pela Graça Divina e pela
regeneração que há pela ação do Espirito Santo mediante a obra redentora da
Cruz.
O que consiste a phrónesis de Cristo?
Neste momento
vemos um grande equivoco onde alguns teólogos confundem o phónesis com o
kenosis.
O
termo "kenosis" vem da palavra grega para a doutrina do
auto-esvaziamento de Cristo em sua encarnação. A kenosis foi uma auto-renúncia,
não um esvaziamento de sua divindade e nem uma troca de divindade pela
humanidade. Filipenses 2:7 nos diz que Jesus "esvaziou-se a si mesmo,
vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens." Jesus não cessou de
ser Deus durante o Seu ministério terreno. Entretanto, Ele deixou de lado a Sua
glória celestial de uma relação face a face com Deus. Ele também deixou de lado
a Sua autoridade independente. Durante o Seu ministério terreno, Cristo se
submeteu completamente à vontade do Pai.
Este termo kenosis
não pode se aplicar ao homem, já que só um ser dotado de gloria e divindade
pode se esvaziar, o homem não pode se esvaziar já que já somos essencialmente
vazios, detentores unicamente de carnalidade e de uma natureza caída e contrária
a Deus. Jesus não desejou ter os prazeres do homem ou ser igual aos homens mas
desejou ser Servo e Servo de Deus. Renunciou seu senhorio e não a sua natureza.
O caminho do
esvaziamento é um caminho de Deus e não um caminho do homem, Jesus assumiu a
condição de nascimento em carne o osso para ser Servo e servir.
A “forma de
homem” está em todos os homens por natureza, mas a “forma de servo” o homem só
alcança através da obediência a Deus. Todos os servos são homens mas nem todos
os homens são servos. Para ser servo, o homem precisa imitar a phrónesis de
Cristo, e a única phrónesis de Cristo que
o homem é capaz de imitar é a obediência a Deus. Jesus assume a forma
humana, em obediência, para, em obediência, tornar-se “Servo de Deus”.
Excelente explicação! Parabéns!
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