segunda-feira, 20 de agosto de 2018

phónesis e kenosis. - termos teologicos que precisamos saber.


De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
Filipenses 2:5





A frônese (do grego antigo: φρόνησις, translit. phrónesis) distingue-se de outras palavras com que se designa a sabedoria por ser a virtude do pensamento prático, sendo traduzida habitualmente como sabedoria prática. Como não há termo semelhante na língua portuguesa, phrónesis é a combinação de atitude correta com a consciência correta e a vontade correta. A execução em total sincronismo desses 3 conceitos é phronesis, e tal disposição é totalmente contraria ao homem natural e caído.

A phrónesis é a realização da boa atitude, da  boa consciência e da  boa vontade, portanto, é o contrário da experencia vivida pelo “homem miserável”, de Romanos 7, o homem que quer fazer o bem, mas não o faz “Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Rm 7:24”.

A transição da miserabilidade do homem para a phrónesis só é possível pela Graça Divina e pela regeneração que há pela ação do Espirito Santo mediante a obra redentora da Cruz.



O que  consiste a phrónesis de Cristo?

Neste momento vemos um grande equivoco onde alguns teólogos confundem o phónesis com o kenosis.

O termo "kenosis" vem da palavra grega para a doutrina do auto-esvaziamento de Cristo em sua encarnação. A kenosis foi uma auto-renúncia, não um esvaziamento de sua divindade e nem uma troca de divindade pela humanidade. Filipenses 2:7 nos diz que Jesus "esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens." Jesus não cessou de ser Deus durante o Seu ministério terreno. Entretanto, Ele deixou de lado a Sua glória celestial de uma relação face a face com Deus. Ele também deixou de lado a Sua autoridade independente. Durante o Seu ministério terreno, Cristo se submeteu completamente à vontade do Pai.

Este termo kenosis não pode se aplicar ao homem, já que só um ser dotado de gloria e divindade pode se esvaziar, o homem não pode se esvaziar já que já somos essencialmente vazios, detentores unicamente de carnalidade e de uma natureza caída e contrária a Deus. Jesus não desejou ter os prazeres do homem ou ser igual aos homens mas desejou ser Servo e Servo de Deus. Renunciou seu senhorio e não a sua natureza.

O caminho do esvaziamento é um caminho de Deus e não um caminho do homem, Jesus assumiu a condição de nascimento em carne o osso para ser Servo e servir.

A “forma de homem” está em todos os homens por natureza, mas a “forma de servo” o homem só alcança através da obediência a Deus. Todos os servos são homens mas nem todos os homens são servos. Para ser servo, o homem precisa imitar a phrónesis de Cristo, e a única phrónesis de Cristo que  o homem é capaz de imitar é a obediência a Deus. Jesus assume a forma humana, em obediência, para, em obediência, tornar-se “Servo de Deus”.






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